Estamos nos aproximando de uma data muito importante – o Dia da Árvore (21 de Setembro). Apesar delas parecerem estar estáticas na natureza, na verdade elas estão realizando, o tempo todo, muitos movimentos imperceptíveis, que são fundamentais para nossa existência no planeta.
Os serviços oferecidos pelas árvores, e as florestas que elas compõem, são múltiplos. Elas ajudam na regulação do clima, no regime das chuvas, na remoção de gás carbônico (CO2) e produção de oxigênio, servem de casa para uma rica diversidade de vida, além de serem fundamentais para minimizar os impactos das mudanças climáticas.
Já os desserviços oferecidos pelos humanos também são múltiplos. Através do desmatamento eles desregulam o clima do planeta, interferem no regime de chuvas causando escassez em algumas regiões e excesso em outras, produzem gazes do efeito estufa liberando toneladas de Co2 para a atmosfera com queimadas criminosas e a queima de combustíveis fósseis, destroem a biodiversidade, empobrecem e envenenam os solos, as águas e o ar com produtos químicos, poluem os rios e os oceanos despejando diariamente toneladas de esgoto e lixo.
Apesar das árvores serem nossas grandes aliadas insistimos em continuar a destruí-las como se fossem nossas inimigas. Até quando? A natureza decidirá.
Segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Antônio Donato Nobre, autor do “O Futuro Climático da Amazônia – Relatório de Avaliação Científica (*) ”, eventos extremos refletem a vida buscando equilíbrio.
“Com o aquecimento global, ocorre maior acúmulo de energia na atmosfera, o que aumenta a probabilidade de ocorrências de fenômenos climáticos mais intensos. A natureza desta tendência foi prevista há décadas pelos meteorologistas. Mas a maior intensidade e frequência dessas ocorrências está sendo observada décadas antes do previsto.
Algum fator na complexidade do clima deve explicar a aceleração dos efeitos. O registro geológico mostra que climas extremos já ocorreram na história da Terra, muito antes da humanidade surgir. Mas, ao contrário do que seria de se esperar depois dos cataclismos, todas as evidências apontam sempre para uma resiliente recuperação estabilizadora, atenuando os extremos. Sistemas puramente geofísicos não teriam essa capacidade. Somente a vida e seus processos de auto regulação oferecem explicação satisfatória para a história climática da Terra. ”
A natureza vai buscar seu equilíbrio a qualquer preço, com ou sem humanos.
(*) Saiba mais em:https://noticias.educacaosustentavel.com/wp-content/uploads/2024/09/Futuro-Climatico-da-Amazonia-2.pdf