“A prática da compostagem me trouxe a oportunidade de estar mais em contato com a natureza e poder aprender com seus ciclos diariamente. Me fez desenvolver uma consciência de consumo, ter mais atenção à minha alimentação e um maior cuidado e respeito com o meio ambiente. ”(Bernardo Marquez Autor da Cartilha “Compostagem Doméstica” [*] )

De acordo com Bernardo Marquez, fundador da ECOlabora, a cada dia no Brasil cresce o número de pessoas que estão fazendo a reciclagem de seus resíduos orgânicos em casa. “Conscientizar a população sobre os benefícios da compostagem e do uso do composto orgânico resultante, é fundamental para desmistificar mitos e preconceitos sobre essa prática tão benéfica para nós, para as próximas gerações e para todo o planeta”, explica Bernardo Marquez.

Você sabe quanto a prefeitura da sua cidade gasta para coletar e destinar o seu lixo para um aterro sanitário ou lixão? Sim, infelizmente lixões ainda são uma realidade no nosso país. Há cidades inclusive que destinam seu lixo para municípios vizinhos, por não terem estrutura viável para destiná-los no local. Aumentando assim os custos de transporte e logística.

Em números concretos, vamos dar o exemplo da cidade de Uberlândia-MG, onde a prefeitura gasta 50 milhões de reais por ano para fazer essa gestão do lixo. Ou seja, se todos os cidadãos fossem adeptos à prática da compostagem, poderiam ser economizados ao menos 25 milhões de reais por ano para serem reinvestidos em educação, saúde, cultura, segurança, etc.

A nível nacional este número ainda não foi precisamente calculado, mas está na média dos 22 bilhões de reais por ano sendo literalmente enterrados no lixo. Portanto, não há dúvidas que a economia gerada com a prática da compostagem é gigantesca.

Claro que é preciso incentivo do poder público para viabilizar esta economia e investimentos. Inclusive, já está previsto por lei há mais de dez anos a necessidade de implantação de sistemas de compostagem para resíduos sólidos orgânicos (Lei nº 12.305/2010). São cerca de 37 milhões de toneladas de resíduos orgânicos desperdiçados no lixo por ano no Brasil. Mas infelizmente, apenas 1% desse material é reaproveitado (dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelp)

“Se há mais de dez anos existe uma lei e até hoje pouco ou quase nada foi feito para reverter esse cenário, se não formos nós que vamos repensar nossos hábitos, assumir nossas responsabilidades e fazer a nossa parte, quem vai ser? ”, pergunta o autor da Cartilha.

Os quatro fatores fundamentais e gratuitos da compostagem:

1 – Resíduos Orgânicos

Os resíduos orgânicos a gente gera bastante todo dia. São sobras de alimentos da nossa cozinha, esses recursos maravilhosos que muitos ainda desperdiçam colocando em uma sacolinha plástica e destinando para aterros ou lixões. Em termos técnicos os resíduos orgânicos representam a parcela rica em Nitrogênio da compostagem.

2 – Matéria Seca

A matéria seca você consegue de baixo de qualquer árvore do seu quintal, ou da praça, ou parque próximo da sua casa. Pode ser também a poda de grama que o vizinho joga fora, serragem que você consegue de graça em madeireiras da sua cidade ou também algum papel ou papelão que tenha disponível na sua casa. Em termos técnicos a matéria seca representa a parte rica em Carbono.

3 – Oxigênio

O oxigênio é essencial pois a compostagem é um processo aeróbio, ou seja, precisa de oxigênio para acontecer. E está presente em abundância no ar. Assim como nós

precisamos dele para viver, a sua composteira também vai precisar.

4 – Água

A água está diretamente associada à umidade do sistema e vem de graça nos próprios resíduos orgânicos que são formados em sua maior parte por água.

[*] Acesse a Cartilha Compostagem Doméstica em:

file:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/Ebook%20compostagem%20ECOlabora.pdf

Leia também: Caetité é o primeiro município onde cooperativa faz coleta seletiva de lixo orgânico